Um homem chamado Ove [Resenha sem spoilers]
- Mila Arquen
- 17 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Olá pessoal!
A “resenha” de hoje é sobre o livro Um homem chamado Ove, do Fredrik Backman, e já adianto que foi um dos melhores livros lidos em 2018 até o presente momento!
Primeiro, vamos conhecer um pouco sobre o seu autor...
Fredrik Backman é um cronista e escritor suéco, de 37 anos, e ainda mora no país com sua família, na cidade de Estocolmo, capital da Suécia.
Um homem chamado Ove foi o seu primeiro romance e vendeu mais de 650 mil cópias no mundo até hoje e foi escrito em 2012.
Agora, falando sobre Um homem chamado Ove...
Esse é um livro de aproximadamente 350 páginas, que foi lançado no Brasil pela editora Alfaguara, conta a história do Ove, um senhor que ficou viúvo e resolveu que estava na hora de se unir à sua esposa do “outro lado”, se é que você me entende.
Mas ele não aparentava estar depressivo, com vontade de se jogar na frente de um trem ou algo assim! Não é uma história com um clima depressivo, se você tem receio desse tipo de livro, não se preocupe.
Ele, simplesmente, resolveu colocar tudo em ordem; cancelar assinaturas, colocar o testamento e a casa em dia, para dar andamento ao seu plano um tanto macabro... Porém, é aí que tudo começa a dar errado, pois todo o ambiente e contatos ao seu redor vão postergando o seu fim e transformando a sua vida nesse interim.
Mas o que torna Um homem chamado Ove uma história tão especial é a forma ela se desenvolve.
Há um ritmo muito bom no desenrolar da história e, por mais que não seja um livro de acontecimentos bombásticos, ele te mostra que a vida é composta dos pequenos acontecimentos e é isso é muito bom.
Ele também não te deixa sem respostas aos questionamentos que surgem no decorrer da trama, havendo capítulos contando o passado do Ove.
Outro ponto interessante é que ele mostra os personagens com naturalidade e você se conecta muito facilmente a eles. Todos são bem trabalhados e há características únicas em cada um, sem necessariamente parecerem estereótipos, apenas pessoas comuns que, eventualmente, tem algo que pode ser considerado característico, como ser de outra cultura ou religião.
A história se desenrola em um bairro no subúrbio da Suécia, uma realidade diferente do Brasil, mas lembra um pouco a realidade de uma vizinhança próxima. Em que as pessoas se conhecem e se visitam, talvez condomínios ou ruas em que costumam fazer festejos como São João ou feijoadas nos domingos. Nessa realidade, há um senso de comunidade bem divertido de se ver e reconhecer.
Há um ponto especial que quero tocar, sem adentrar em spoilers na história, mas dando um pouco mais para você pensar caso já tenha lido ou ainda vá ler: é sobre o gato que acaba virando companheiro do Ove.
Vi muito desse gato no Ove e vice-versa, como uma representação do Ove em forma felina. A forma e momento que o gato aparece e na história e como ele vai se tornando parte da vida do Ove é tocante e muito especial. O gato também tem uma pose, um jeito, como se estivesse julgando você, silenciosa e incisivamente, atrás daqueles bigodes. Além do fato de um gato ter 9 vidas e o Ove... não é mesmo?!
Um homem chamado Ove é um livro que te faz rir, chorar e praguejar, mas não é piegas ou melodramático. Ele conta uma história que consegue a empatia de pessoas dos mais variados locais do mundo, tanto que foi traduzido para mais de 40 países, foi transformado em filme na Suécia, ganhando o prêmio de melhor comédia do cinema europeu de 2016, e terá uma versão norte americana dirigida e estrelada por ninguém menos que Tom Hanks!
Então, como havia dito no princípio, esse livro foi um dos melhores que li no ano. Foi uma excelente surpresa, pois mostra o que há de bom nas pessoas, por mais que elas possam ser ranzinzas, implicantes ou mesmo um tanto intratáveis.
Há um pouco de Ove em cada um de nós e todos nós conhecemos e/ou conheceremos um Ove que será marcante em nossas vidas.
Esse livro tem selo de aprovação! É nota 5 de 5!
Fiquem bem e bora ler...
Mila Arquen
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